segunda-feira, 20 de abril de 2009

Vida e Obra de Honório Pereira Barreto




Honório Pereira Barreto
filho de mãe guineense e pai Cabo-verdiano, nascido em Cacheu, no dia 24/4/1813 e falecido em Bissau em 26/4/1859)
Honório Pereira Barreto, foi três vezes administrador
em três épocas diferentes ( título de maior autoridade da então colónia ) da Província da Guiné.

O posto de governador foi criado bem depois de sua morte; Convém salientar e admirar a conquista deste guineense, o facto de que nem antes nem depois dele, outro nativo em todo Império português conseguiria igualar o seu feito, glorificado pela Administração portuguesa e um modelo perfeito de assimilado, apesar de tudo …. Simplesmente um grande Estadista.

Do ponto de vista da época em que vivemos, Honório Barreto, tendo em consideração o seu passado histórico pode ser definido como simplesmente “de vilão e controverso”. Foi caracterizado e cognominado pelos colonizadores de herói e um exemplo ímpar a todo guineense, o apreço das autoridades portuguesas para com Barreto teve reciprocidade, pois ele considerava-se um verdadeiro português, um “português da Guiné”.

Apesar de tantas crueldades e das atrocidades cometidas contra o seu povo sobretudo no comércio lucrativo de escravos, os guineenses devem as suas fronteiras à este filho de Cacheu pois era bem provável e subjacente que, se não fosse a sua capacidade de liderança, perspicácia e visão Estadista, a Guiné-Bissau, que hoje é um país pequeno de 36.125 km2, seria menor ainda.
Em seu tempo, a região de Casamança (ou Casamance), que hoje pertence ao Senegal, era guineense, e Honório fez de tudo para que assim permanecesse. Infelizmente, o sistema ao qual ele estava inserido era de uma inércia e espírito exploratório insuportável, seus alertas constantes, jamais encontraram ecos ou tiveram influências perante as autoridades portuguesas, que anos depois de sua morte, em 1888, entregariam à França sem consternação, de uma forma vassala e feudatária, hoje a região mais rica do Senegal.

O lado obscuro de sua biografia é que, numa época em que o comércio de escravos estava entrando em extinção (Portugal havia há muito abolido o tráfico, mas focos continuavam em seus domínios), Barreto consolidava na região de Cacheu um lucrativo comércio de variados produtos, e em especial, o de escravos.
De facto, os europeus não conseguiriam traficar a enorme quantidade de gente que traficaram durante quase 500 anos, se não tivessem sido auxiliados por homens como o ilustríssimo governador da Guiné, Honório Barreto, africano, negro, que fazia a conexão entre o coração da África e os navios negreiros, enchendo os porões desses mesmos, de gentes que tinham origens, cultura e vivência similares às dele.
O seu e o meu país, um século e meio depois, elegeu como seu herói e mártir um outro guineense com raízes em Cabo Verde, mas que lutou para a Guiné ser uma nação.
Este homem foi Amílcar Cabral, lenda no panteão de líderes da libertação do continente.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

BIOGRAFIA DE KWAME N'KRUMAH

Kwame Nkrumah (Nkroful, 21 de Setembro de 1909Bucareste, 27 de Abril de 1972) foi um líder político africano, um dos fundadores do Pan-Africanismo. Foi primeiro-ministro (1957-1960) e presidente de Gana (1960-1966).
Nascido Francis Nwia-Kofi Ngonloma, estudou em escolas católicas no Gana e posteriormente em universidades Norte Americanas.
Em 1945, ajudou a organizar o sexto Congresso Pan-Africano em Manchester, Inglaterra. Depois disso, começou a trabalhar para a descolonização da África.
Quando a independência de Gana ocorreu em 1957, Nkrumah foi declarado o Osagyefo (líder vitorioso) e foi empossado como primeiro-ministro procurou ajuda no bloco comunista. Em 1962 foi-lhe atribuído o Prêmio Lênin da Paz.
Em 1964, depois de turbulências econômicas e políticas, Nkrumah declarou-se presidente vitalício de Gana. Em 1966, Gana sofreu um golpe de estado militar que foi apoiado pelo Reino Unido, enquanto estava em Hanoi, no Vietnam do Norte.
Nkrumah nunca voltou a Gana, tendo se exilado na Guiné. Morreu em 1972 e foi enterrado na vila onde nasceu...

Fonte : Liceu Nacional Kwame N’krumah
Site: www.mecckwamenkrumah.blogspot.com
e-mail: liceukwamnk@gmail.com

LICEU NACIONAL " KWAME N'KRUMAH"


Kwame Nkrumah(Presidente de Gana, de 1960 a 1966)21-9-1909, Nkoroful, Costa do Ouro 27-4-1972, Bucareste

Motivado pela idéia do pan-africanismo, Nkrumah organizou em Manchester, em 1945, o V Congresso Pan-Africano. Em 1947, regressou à Costa do Ouro e, em 1949, fundou o Convention People's Party (CPP ou Partido de União Popular), iniciando, deste modo, a luta pela independência de seu país, segundo o modelo pacifista de Mahatma Gandhi, na Índia. Em 1951, tornou-se o primeiro chefe de governo de raça negra da história da África, em uma Costa do Ouro declarada semi-autônoma em 1952. Em 1957, obteve a independência do país, no âmbito da Commonwealth, dando-lhe o nome de República de Gana. Para as questões ligadas à política externa, apoiou-se na União Soviética. Instaurou em 1964 uma ditadura baseada no culto a sua pessoa. Legitimou-se no poder com teoria própria – influenciada pelo marxismo –-, que combinava elementos do socialismo com objetivos nacionalistas e pan-africanos. Foi derrubado por um golpe militar em 1966, passando a viver desde então no exílio...



terça-feira, 7 de abril de 2009

DIRECTOR DO LICEU NACIONAL KWAME N'KRUMAH


"JOSÉ JÚLIO CÉSAR DELGADO"
PREÂMBULO

O nosso estabelecimento escolar, constitui no âmbito educativo Nacional um dos alicerces basilares na formação do Homem moderno e teve de facto reais influências no processo de desenvolvimento socio-cultural e de afirmação desta Pátria, pois, foi o primeiro e único liceu existente no período colonial.
Então denominado Liceu Honório Barreto em homenagem a um dos filhos de Cacheu que fora Governador da ex-Província da Guiné Portuguesa, fundado em 1957.

Liceu Nacional Kwame N’Krumah nos primórdios da Independência, concretamente em 1975, homenageando o primeiro Presidente do Gana e grande lutador pela emancipação de todo o continente Africano e mentor das ideias Pan-Africanistas.
Após a Independência, com a massificação do ensino, surgiram vários liceus nas regiões do país, mas estes limitavam os seus currículos até a 9ª classe ex 5º ano dos liceus.
O Liceu Nacional era e continua a ser o único ao nível de Bissau com capacidade para ministrar o curso complementar, pois era dotado de uma organização instituícional eficiente, uma estrutura qualitativamente permanente com mecanismos de distinção de carácter pedagógico como os laboratórios de física , química, biologia e de mineralogia, um corpo docente de reconhecida competência desde os professores nacionais movidos pelo fervor e orgulho da Indepêndencia, professores cubanos, soviéticos, alemães, cooperantes portugueses que asseguravam o ensino do português praticamente em todas as turmas , professores de francês vindos da sub-região, isto era uma garantia de um ensino de grande nível e qualidade. Sem deixar de mencionar os três turnos do seu funcionamento e o início das aulas em Outubro, apesar da sua dimensão.
No ano lectivo de 1984-1985 o Liceu Nacional foi dividido em três Liceus: Liceu Regional 1, Liceu Regional 2 hoje Dr. Agostinho Neto e Samora Moisés Machel respectivamente e na Unidade escolar 23 de Janeiro.
O Liceu Nacional, apesar de vários condicionalismos conseguiu manter os padrões, com resultados positivos e índices de qualidade exigíveis no processo de ensino- aprendizagem. A prova dos factos, são inúmeros alunos que tiveram oportunidade de realizarem os seus estudos neste estabelecimento escolar, hoje são distintos quadros, governantes e políticos notáveis cada qual contribuíndo nas várias esferas da vida socio-cultural do país.
Hoje vários constrangimentos conjunturais de ordem económica Mundial, greves consecutivas, professores desmotivados, conflitos político–militares pemanentes, início tardio das aulas, a introdução de 4 turnos, desinvestimento do Estado no sistema educativo e vários outros indicadores, tiveram os seus reflexos na degradação do nosso nível de ensino contribuíndo assim para uma fraca qualidade de ensino.

sexta-feira, 27 de março de 2009